domingo, 26 de setembro de 2010

Fim de Tarde


Ver o pôr do sol
É como ver seus olhos
É como te escutar
É como te entusiasmar
É como te tocar.
Ver o pôr do sol
E como não lembrar
E como não sonhar
E como não te molhar
O meu sexo no teu sexo
A minha boca na tua boca
O coração a pulsar

Ver o pôr do sol
É lembrar...
Do teu sorriso ao gozar
Do meu suspiro ao te realizar
Da minha vontade de não mais parar
Do meu desejo de eternizar
A minha alma na sua alma
Duas vidas a se juntar.

Ver o pôr do sol
É paixão
É excitação
Emoção
É querer te tomar
É ser dominada por uma força
Uma força chamada coração
Que você faz bater mais forte
Com o seu toque e o seu desejo
Com suas mãos em minhas mãos.

Com o nascer do sol
Eu me deito
Com o pôr do sol
Você me faz despertar
Despertamos um no outro
O desejo de arrancar
E os corpos juntos queimando
Como o Sol a se olhar
Suspirando de desejo
Não!Não quero mais acordar...

Sextas Poéticas

Olha só eu poetizando nas Sextas Poéticas(24/09/10).Em homenagem a chegada da primavera recitei o poema As Duas Flores do nosso grande poeta Castro Alves.





As Duas Flores
Castro Alves


São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,

Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...

Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...

Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.

Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!



Fonte: www.dominiopublico.gov.br

Sexta Poética




Noite mais do que perfeita,muita gente boa,inspirada com vontade de comer,beber e respirar arte e pricipalmente a Poesia.Acredito que o Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia já possui o seu antes e depois das Sextas Poéticas,sinto que o Instituto nunca mais será o mesmo.Me orgulho dos meninos:Sérgio,Mário,Alex e Uilians ideliziadores das Sextas inesquecíveis e hoje posso dizer que sou,estou e sempre serei grata por ter sido acolhida por essa galera tão especial que já faz parte da minha vida.
Portanto quero convidar a todos que ainda não tiveram a oportunidade de participar da Sexta Poética(por algum motivo),apareça,contribua você é capaz de amostrar todo o seu talento,vamos e nos presenteie com sua forma de manifestar a arte seja ela qual for.

Abraços poéticos!!!!!!

Carla Oliveira

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sexta Poética


Mais um encontro,com muita poesia,amor e pessoas expressando todo e qualquer movimento artístico.Seja você mesmo sempre,assim você não precisa provar nada a ninguém,só a você mesmo.Ame,viva,goze e apareça.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sonhos



Sonhei que era a tua amante querida,
A tua amante feliz e invejada;
Sonhei que tinha uma casita branca
À beira dum regato edificada…

Tu vinha ver-me, misteriosamente,
A horas mortas quando a terra é monge
Bater o coração quando de longe

Te ouvia os passos. E anelante
Estava nos teus braços num instante,
Fitando com amor os olhos teus!

E, vê tu, meu encanto, a doce mágoa:
Acordei com os olhos rasos d água,
Ouvindo a tua voz num longo adeus!

Florbela Espanca,do livro Trocando Olhares

Poetas



Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!

Florbela Espanca,do livro Trocando Olhares.

Meu Momento



Um toque
Um olhar
Um sorriso
Os lábios
A pele
O envolver
A palavra
O viver
O abraço
Um querer
Nas entranhas
O prazer
Em você
O envolver
Vem, vem
E me queima de prazer.

Carla de Oliveira

Negra Bahia


A Bahia é Negra
Apesar do céu azul
A Bahia é Negra
Apesar do Sol amarelo
A Bahia é Negra
Apesar do povo Pardo
A Bahia é Negra

Negra no seu despertar
Negra no seu particular
Negra no seu pensar
Negra no seu olhar
Negra no seu caminhar

A festa mais bonita
É Negra
O mar mais bonito
É Negro
A dança mais bonita
É negra
O gingar mais bonito
É negro

Antes de criticar
Procure estudar
Antes de bater
Procure conhecer
Antes de julgar
Procure o que dentro há

Sou igual a você
Diferente...
Diferente por quê?
Porque quero ajudar
Porque tenho poder
Ou porque lutei mais que você
Cansei desse falso querer.

Quero respeito
Admiração
Liberdade
Igualdade
Dignidade
E amor no coração.

Eu sou o sangue bom
Eu sou identidade
Eu sou cultura
Eu sou inspiração
Eu sou a Liberdade.

Alegria de uma cidade
Que não pára de cantar
Alegria da Bahia
Lugar onde vivo a sonhar
Sonhos intermináveis
Lutas alcançáveis
Conquistas admiráveis
Beleza sem igual.
Sou eu o Negro na Bahia
Bahia minha terra Natal
Onde a pintura é Negra
A Poesia é Negra
Eu sou o Negro
A Bahia é Negra...
Negra Bahia...


Carla de Oliveira
(Poesia recitada nas Sextas Poéticas,10/09/10)

Pensamento sobre a Pedagogia na nossa cidade


O que falar sobre a Pedagogia nessa cidade

Pois é falta o discurso coerente da cidade, somos fragmentados e analisando melhor somos indigentes também.Os próprios ditos “intelectuais” ainda buscam as variáveis adequadas para escrever essa pedagogia do urbano que codifique e difunda,em termos didáticos e de maneira simples,o emaranhado de situações e relações com que o mundo da cidade transforma o homem urbano em instrumento de trabalho e não mais em sujeito.Entretanto todos os dados estão praticamente em nossas mãos,para tentar reverter a situação.
Estamos acostumados a trabalhar com o que achamos e pensamos ser liberdade e não o é, daí a dificuldade para ver o futuro e enxergar novas soluções. De fato, nada é realmente, impossível, e a impossibilidade somente pode ser declarada após o fato. Ficar prisioneiro do presente ou do passado é a melhor maneira para não fazer aquele passo adiante, sem o qual nenhum povo se encontra com o futuro.

Carla de Oliveira

Sensualidade a flor da pele,sonho de consumo.Um dia eu realizo.




Um desejo!!!!!

Cuidado você pode traumatizar o seu aluno.

Florbela Espanca

A Mulher

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!




Súplica

Olha pra mim, amor, olha pra mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar.
O meu colo é arrninho imaculado
Duma brancura casta que entontece;
Tua linda cabeça loira e bela
Deita em meu colo, deita e adormece!
Tenho um manto real de negras trevas
Feito de fios brilhantes d`astros belos
Pisa o manto real de negras trevas
Faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos!
Os meus braços são brancos como o linho
Quando os cerro de leve, docemente...
Oh! Deixa-me prender-te e enlear-te
Nessa cadeia assim etemamente! ...
Vem para mim,amor...Ai não desprezes
A minha adoração de escrava louca!
Só te peço que deixes exalar
Meu último suspiro na tua boca!...





Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Um pouco de Espancamento para vocês


Mesmo antes do seu nascimento a vida de Florbela já estava marcada pelo inesperado, pelo dramático, pelo incomum. Seu pai, João Maria Espanca era casado com Maria Toscano. Como a mesma não podia ter filhos, João Maria se valeu de uma antiga regra medieval, que diz que quando de um casamento não houver filhos, o marido tem o direito de ter os mesmos com outra mulher de sua escolha. Assim no dia 08 de dezembro de 1894 nasce Flor Bela Lobo, filha de Antonia Da Conceição Lobo.João Maria ainda teve mais um filho com Antonia,Apeles.Mais tarde,Antonia abandona João Maria e os filhos passam a conviver com o pai e sua esposa,que os adotam.Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Em 1903 aos sete anos de idade faz o seu primeiro poema A Vida e a morte. Desde o inicio já deixa claro a sua preferência por temas melancólicos e escusos.* (recusado, escondido...)
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a freqüentar. Na capital, contato com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando freqüentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afetivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um edema pulmonar.
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.

A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo caráter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, fato reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
Acesso 15/12/2009

Agora

Ando triste
Indecisa
Decidida a mudar
Só não sei o caminho
Me ajuda a encontrar

Já chorei
Mas quero sorrir
Já sofrir
Mas quero viver
Por favor você

Só você...

Me amostra a decisão
Me amostra o caminho
Me faça sorrir
Me faça viver

Deixa nos seus braços
Eu encontrar
O meu querer

Sextas Poéticas

APEGO


Amor
Paixão
Êxtase
Gozo
Obsessão

Como definir sentimentos e amor em cinco palavras
Como definir amizade e compreensão em uma só razão
Como definir amor, onde não há definição
Na vida escolhas não existem
O que existe são escolhas da vida
Por isso que a vida é feita de escolhas
E assim te escolhi...

Vida
Vida
Vida minha...

Carla de Oliveira


*Essa poesia foi feita em um momento muito especial,3º semestre do Curso de Pedagogia da UNEB.Dedicada ao professor de psicologia Vicente Catarino

O SONHO DE UMA LIBERDADE

NEGAÇÃO DA SOCIEDADE
EXCLUSÃO SEM PIEDADE
GANANCIA NÃO ERA NOVIDADE
RANCOR E MUITA DOR
ORAR PARA TENTAR SE LIVRAR


NÃO
AMANHÃ, NÃO!


MISÉRIA
INDIGNAÇÃO
DESESPERO
INTOLERÂCIA
APESAR DE TODA ESSA SITUAÇÃO, TENHO AMOR NO CORAÇÃO


NÃO VOU MAIS TOLERAR NENHUMA DISCRIMINAÇÃO
EM UM LUGAR ONDE SOU MAIORIA
DENTRO DE MIM TRAGO INTELIGENCIA, RESPEITO E SABEDORIA.
SOU EU O NEGRO.
NEGRO EM MOVIMENTO
NEGRO COM RAZÃO COM VONTADE DE CRESCER
AJUDANDO A MINHA NAÇÃO
QUE APESAR DA REJEIÇÃO
ESTARÁ SEMPRE DENTRO DO MEU CORAÇÃO.
SOU EU NEGÃO.

CARLA DE OLIVEIRA
28/07/2009